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Publiquei sobre o MOVIMENTO ESTUDANTIL NAS UNIVERSIDADES e mais inquieto fiquei.

  
    Fiquei um pouco ausente durante essas duas semanas de julho por conta da volta as aulas, calouradas e recepções, mas estou voltando com todo o gás para arrasarmos junt@s escrevendo e gravando vídeozinhos para tod@s nós.

    Todo mundo sabe que eu faço parte do movimento estudantil na universidade e construo no coletivo de juventude SANKOFA. Por conta disso, além do ativismo virtual, milito na juventude das universidades. Diante disso, termino convivendo com diversas situações que por muitas vezes achava que não existiam (inocente que sou). -risos.


 
No meu facebook, essa semana, fiz uma crítica ao movimento estudantil e os seus estresses.
O textão publicado foi esse aqui:

MOVIMENTO ESTUDANTIL NAS UNIVERSIDADES E SEUS ESTRESSES

Acho necessário o envolvimento político mas não posso deixar de problematizar algumas coisas que vejo e convivo. Sim, não é porque eu faço parte de algo que não vou criticar. Eu faço parte do movimento estudantil na Universidade e tenho alguns estresses com o mesmo.

1. O primeiro é pelo fato de que é um local extremamente elitista e burguês, do qual muitos utilizam para conseguir crescer politicamente em detrimento de outros que querem realmente algo melhor para a Universidade e para a política como um todo. Sim, jovens brancos de classe média alta compõe esse movimento e por muitas vezes se aproveitam dos discursos de combate as opressões, como token, para conseguir uma imagem politicamente correta, ganhando likes e votinhos. (Exemplo: só vale paridade racial e de gênero quando agrada a forcinha pra ser politicamente correto. Se não agradar a forcinha, bota até branco ou branca pra falar de preto e homem pra falar de mulher)

2. Por conta das rixas desnecessárias e briguinhas entre coletivos e forças políticas, há uma hipocrisia nos próprios discursos. Pretos brigando com outros pretos, mulheres deslegitimando outras mulheres, lgbtts silenciando outros lgbtts e por aí vai. Simplesmente, por uma representação em algum espaço. Em conjunto com esse ponto 2, faço a observação que o racista do seu coletivo ou força política não deixa de ser racista porque compõe junto contigo. Vejo muito as sujeiras sendo jogadas em baixo do pano porque "o imundo é do coletivo que eu construo". (Exemplo: Coletivo A X Coletivo B brigando por uma cadeira de Combate ao racismo com 2 pessoas negras disputando o espaço, enquanto outros ficam deslegitimando.)

3. É tanta briga com os iguais que o crescimento em conjunto termina ficando em segundo plano. Tantas discussões e stress para ocupar um espaço, se eleger a algo que esquecem do comprometimento real.

Mas aí vocês me perguntam: Ícaro, por que você continua, então?
E eu te respondo: Acredito!
Eu acredito que vamos construir algo ainda e que todos esses pontos conflitantes serão extintos. Acredito que a representação é importante e que ônus e bônus sempre irão existir. E acredito que OCUPAR OS ESPAÇOS é necessário, desde que não tenha a necessidade de passar por cima de ninguém.


 
     Por uma surpresa, tive apoio de diversos militantes do movimento estudantil, o que me deixou bem intrigado. Por que tantas pessoas entendem os estresses expostos e as situações constrangedoras que somos colocados e não fazem nada para modificá-las? Por que ainda continuamos brigando com nossos irmãos por um espaço, sendo que somos todos partes de um só? Por que passamos por cima dos imundos que machucam as minorias porque ele é do nosso coletivo?

     Inquietudes e distúrbios me coloca em frente as situações como espelho, tentando ao máximo rebatê-las mas ainda sim vejo o atual movimento estudantil como um problema a ser resolvido. Já que problematizamos todas as opressões, por que não o que está próximo?


 


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